Evento formaliza a constituição da primeira cooperativa de mulheres na construção civil no RS
07/06/2018
A Assembleia de Constituição da Cooperativa Casa Rosa acontecerá amanhã, dia 6 de junho (19h), na Sala Negra do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), na Rua General Canabarro, 363, Centro, Porto Alegre. Entusiastas e interessados estão convidados a comparecer no local para prestigiar a iniciativa. O grupo irá atuar de forma coletiva. As mulheres que trabalham na construção civil formarão uma equipe de profissionais dos mais diversos segmentos, em especial pedreiras, eletricistas, e também engenheiras, arquitetas, podendo ser contratadas para realizar projetos envolvendo alvenaria, pintura, cerâmica, hidráulica e elétrica, por exemplo, além de reformas e pequenos reparos. Com a cooperativa formalizada, as trabalhadoras terão mais visibilidade. A sede, local onde serão realizadas as reuniões, funcionará no Vila Flores, em Porto Alegre.
A Casa Rosa é fruto de outra iniciativa envolvendo o universo feminino, a ONG Mulher em Construção. “Com o passar do tempo, podemos perceber que a união faz a força. Juntas, seremos bem mais fortes”, afirma Bia Kern, gaúcha idealizadora e gestora do projeto. Por vários meses as integrantes tiveram aulas de cooperativismo e como colocar os ensinamentos em prática, com o apoio da VGIF. A ideia é colocar a mão de obra feminina em uma área predominantemente masculina, e cheia de preconceito. Atualmente, as construtoras, empreiteiras e empresas estão interessadas em expandir a participação de mulheres nos canteiros de obras pelo diferencial que incorporam ao trabalho, como atenção a detalhes e prevenção de riscos.
Desde 2006, a organização Mulher em Construção capacitou mais de 4.000 mulheres como pedreiras, pintoras, azulejistas, ceramistas, eletricistas e prestadoras de reparos hidráulicos. A participação das mulheres neste mercado vem em trajetória constante de crescimento. Dados do Ministério do Trabalho e Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que entre os anos 2002 e 2012 a atuação feminina na área da construção civil aumentou 65%. Nesse período, o crescimento anual médio foi de apenas 10% de participação delas nos canteiros de obras. “Existe uma grande demanda de mercado. Além disto, é uma opção para as mulheres com filhos que precisam trabalhar em horários mais flexíveis”, reforça Bia. Entre 2003 e 2013, a participação nos cursos de Engenharia passou de 24.554 para 57.022. Trata-se de um crescimento de 132,2%. Em relação aos cursos de Engenharia Civil, dados do Censo da Educação Superior apontam que o número de mulheres matriculadas aumentou de forma contínua desde 2007. Em 2015, as mulheres ocupavam 30,3% das vagas.
Portal Elas-Eu