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Cooperativas para o povo preto

No último 13 de maio lembramos, como fazemos todos os anos, o dia da abolição da escravidão no Brasil, assinada pela Princesa Isabel. São 133 anos desde esse dia, mas não basta lembrar. Os negros brasileiros ainda sofrem as consequências de séculos de escravização e da criação de um racismo que está enraizado na sociedade. É preciso lutar contra essa estrutura sufocante.

A desigualdade existente no Brasil remonta ao período colonial, principalmente após a abolição que marginalizou os escravizados, privando-os da possibilidade de reconstrução de suas vidas.

Em seu livro “Racismo Estrutural”, o professor Silvio de Almeida fala de como o marcador racial é determinante para a desigualdade social e econômica no Brasil.

“Há anos, inúmeras pesquisas têm demonstrado que a raça é um marcador determinante da desigualdade econômica, e que direitos sociais e políticas universais de combate à pobreza e distribuição de renda que não levam em conta o fator raça/cor mostram-se pouco efetivas. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e seus efeitos devastadores, alguns pesquisadores têm buscado dar atenção ao fator racial no âmbito econômico.”

E como diminuir essa desigualdade que persiste há tantos anos? Um caminho é utilizar o cooperativismo como ferramenta de inclusão econômica para uma população que não está conseguindo um emprego.

É necessário que a sociedade tenha consciência do grande valor do cooperativismo e que o poder público contribua para que as cooperativas sejam criadas em todos os recantos deste imenso país.

No Brasil, grupos quilombolas se utilizam do cooperativismo para distribuir suas produções. Um bom exemplo é o da Cooperativa dos Agricultores Quilombolas do Vale do Ribeira (Cooperquivale), que cultiva produtos orgânicos por meio da agricultura familiar.

Esse é somente um exemplo, precisamos incentivar outros grupos a criar cooperativas, sejam de costureiras, produtores de conteúdo, agricultura familiar e em outras possibilidades oferecidas pelo setor.

Uma comunicação assertiva que mostre para as pessoas o valor do sistema cooperativista é importante, mas não basta comunicar somente para quem é do ramo. É preciso fazer chegar às comunidades periféricas a importância de usar o cooperativismo como ferramenta de diminuição da desigualdade.

Para os negros e negras deste imenso Brasil, o cooperativismo é o caminho para quebrar a barreira da desigualdade que persiste há tanto tempo.

 

 

 

Manoel Paulo

Jornalista

 

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