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Cautelosa, Coop abrirá unidades no interior
04/04/2016
A Coop planeja investir R$ 121 milhões durante o ano na construção de novas unidades e revitalização de alguns pontos de vendas que já operam na região. Segundo o presidente da cooperativa de consumo, Márcio Valle, a expectativa é de crescer nominalmente 6% em 2016, na comparação com 2015, quando o faturamento chegou a R$ 1,98 bilhão.
O executivo informou que as novas lojas serão contruídas em Sorocaba. Serão dois supermercados, cujos projetos já estão aprovados e as obras já podem ser iniciadas, e uma drogaria a ser inaugurada no dia 24 de maio. A outra parte dos recursos será aplicada na reforma e revitalização de lojas. No ABC serão revitalizadas as unidades do bairro Campestre, e da Queiroz do Santos, ambas em Santo André. A primeira receberá investimento de R$ 13 milhões, e a segunda de R$ 17 milhões. Também passarão por obras as unidades de São Caetano e de São José dos Campos. A comunicação visual das lojas seguirá o padrão adotado na unidade Joaquim Nabuco, de São Bernardo.
Valle concorda que a expectativa de crescimento é praticamente nula em função do índice inflacionário, que está muito alto. “Crescimento de 6% em um ambiente inflacionário em torno de 10% significa queda real de 4%. Nossa expectativa é de que 2016 seja um ano mais difícil do que foi 2015”, comenta.
Interior
Das 29 unidades da Coop, 21 se localizam no ABC. Como a crise afetou em cheio o setor automotivo, as cidades da região foram mais prejudicadas economicamente do que municípios de outras partes do Estado. Valle lembrou que o PIB regional tem estado sempre abaixo do PIB nacional, o que exige uma mudança na estratégia de investimentos da rede.
“Vamos continuar a investir e a buscar oportunidades no ABC, mas olhamos com bastante atenção para o interior porque é onde há crescimento econômico. Não se trata apenas de adquirir terrenos com preços menores, a gente também olha a tendência de crescimento, custo e disponibilidade de mão de obra”, explica. Sorocaba, em seu ponto de vista é uma das cidades com bom potencial de negócios.
Atacarejo
A queda da renda das famílias também tem contribuído para que os consumidores migrem dos supermercados e hipermercados para as redes de atacarejo. O fenômeno tem feito os executivos da Coop estudarem estratégias que possibilitem levar a cooperativa ao mesmo nível de competitividade que esses novos concorrentes. Transformar a Coop em uma rede de atacarejo, no entanto, estaria fora de questão porque exigiria uma redefinicação total da identidade e do formato operacional.
“Mudar a linha operacional é algo que leva muito tempo e, no meio do caminho, a situação econômica pode se normalizar. Enfim, essa migração dos consumidores nos fez discutir sobre o assunto, mas não há nenhum projeto em andamento para investirmos em atacarejo.
Marca própria
A Coop continua a apostar em produtos exclusivos e de marca própria. Segundo Valle a cooperativa aumentou em 200% o número de fornecedores, de 17 para 51. No total, são 315 produtos de marca própria, 300 da linha Delícias da Coop (produção própria) e 157 exclusivos. Em 2015, essas linhas específicas contribuíram com 5,2% do faturamento, em 2014 a participação era de 4,8%. “Percebemos um pequeno crescimento na procura por estas linhas. Nos dois primeiros meses de 2016, a participação das marcas próprias e exclusivas passou para 5,6%”, disse o presidente.
Repórter Diário