Atendimentos virtuais e o futuro do cooperativismo de crédito

As cooperativas de crédito, como prestadoras de serviços bancários, necessitam de inovações contínuas para absorver as novas exigências deste mercado tão concorrido, aliando as evoluções tecnológicas com uma nova forma de realizar negócios com seus associados.

 

Temos como visão futura uma grande transformação na forma de atendimento das cooperativas, sendo que a maioria dos negócios serão realizados eletronicamente através dos canais de relacionamento, seja por equipamentos de autoatendimento ou dispositivos móveis.

 

À medida que a população se familiariza com os dispositivos eletrônicos, diminui a presença física nas agências bancárias, por isso, a geração atual dos jovens dificilmente entra em uma Cooperativa para realizar suas transações bancárias e chegaremos ao ponto de termos todos os atendimentos realizados por agências virtuais. Pesquisas (Revista Ciab – Febraban) revelam que em cinco anos, três de quatro interações entre clientes e bancos serão online ou via dispositivos móveis.

 

Paralelamente a este movimento, as cooperativas de crédito terão que ampliar o portfólio de produtos e serviços disponíveis para serem transacionados pelos meios eletrônicos, observando a alta tendência de personalização das ofertas. Essas ofertas serão moldadas através do amplo conhecimento do perfil do associado, seja na vida profissional e/ou pessoal. Este perfil será obtido pela pesquisa de informações, não apenas no banco de dados da cooperativa, mas também externamente, através do acesso ao grande volume de dados disponíveis nos meios de comunicação (big data). Através de softwares especializados em inteligência cognitiva, essas informações serão processadas e definirão as ofertas individualizadas.

 

Ao negociador interno da cooperativa não bastará ter conhecimentos mercadológicos. Deverá saber utilizar, também, as ferramentas tecnológicas disponibilizadas para buscar e analisar os dados disponíveis e através de métricas estabelecidas, criar os parâmetros operacionais e financeiros de cada associado.

 

A tendência futurística vislumbra uma cooperativa com instalação física para tratamentos das causas institucionais e de gestão, distanciando-se do atendimento direto aos associados, que passará a ser realizado eletronicamente através das agências virtuais. É difícil definir o tempo em que isso ocorrerá, mas vai acontecer. Algumas entidades bancárias como o Banco do Brasil, Bradesco, Santander e Caixa já estão ensaiando os primeiros passos nesse sentido, com a criação de carteiras digitais que são uma ferramenta eletrônica para facilitar as transações comerciais entre seus clientes e o comércio em geral. O Sicoob está incluindo em seu planejamento estratégico 2015-2018, um item específico para dar sustentabilidade a projetos de inovações com relação aos negócios e às tecnologias a serem aplicadas.